Era de incertezas em um mundo cada vez mais antagônico
Com o “estouro” da crise financeira de 2008, vem ocorrendo no mundo importantes transformações políticas, econômicas e sociais. Tais transformações, que tem como objetos fundamentais o recrudescimento dos nacionalismos, das ideologias nacionais, do xenofobismo judaico-muçulmano-estrangeiro, da guerra financeiro-comercial entre as economias, escancara um mundo cada vez mais instável, sem uma ordem internacional que norteie as ações estatais nos moldes da pax britânica (de fins do século XVIII e início do século XX) ou da pax americana (1945-1975). Nesse contexto, o xenofobismo árabe, mas principalmente o xenofobismo contra os judeus na Europa, tem tomado proporções relevantes nos últimos anos, principalmente naquelas economias devastadas pela crise financeira de 2008, em que trabalhadores nacionais culpam os imigrantes e os não nacionais naturais como culpados pela perda de seus respectivos empregos.
Entrementes, nesse mundo instável em que vivemos atualmente, inaugurado com o fim do “Consenso de Bretton Woods”, e aprofundado com o desmoronamento soviético em 1991 e o avanço, sobre todo o globo, da “nova renascença liberal”, os conflitos na periferia do sistema internacional tornaram-se rotineiros, tendo em vista resistências das elites nacionalistas contra o avanço das elites globalizantes nestes respectivos Estados. Adicionalmente a estes fatores, o avanço da OTAN para o leste Europeu, a subida de Vladmir Putin ao poder na Rússia em 2000, a ascensão chinesa como potência econômica global e a subida ao poder, na América do Sul, de governantes mais alinhados ao hemisfério sul do globo, têm elevado as tensões entre as antigas potências ocidentais e o mundo dito “emergente”, sendo que este último vem promovendo ações transformadoras e afirmativas na política internacional, a saber: a criação de foros multilaterais de concertação política e econômica como o BRICS, o IBAS, o BASIC, a CELAC, a UNASUL; a subida