Epicurismo e Estoicismo de Ricardo Reis
A filosofia de Ricardo Reis é a de um epicurismo triste, pois defende o prazer do momento, o “carpe diem”, como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos. Apesar deste prazer que procura e da felicidade que deseja alcançar, considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade – ataraxia. Ricardo Reis, que adquiriu a lição do paganismo espontâneo de Caeiro, cultiva um neoclassicismo neopagão (crê nos deuses e nas presenças quase divinas que habitam todas as coisas), recorrendo à mitologia greco-latina, e considera a brevidade e a pressão da vida, pois sabe que o tempo passa e tudo é efémero. Daí fazer a apologia da indiferença solene diante o poder dos teus e do destino inconquistável.
O recurso à mitologia, associados aos princípios da moral e da estética epicurista e estoicista ou à tranquila resignação ao destino, são marcas do classicismo erudito de Ricardo. O poeta clássico da serenidade, Ricardo Reis privilegia a ode. A frase concisa e a sintaxe clássica latina, frequentemente com a inversão da ordem lógica (hipérbatos), favorecem o ritmo das suas ideias lúcidas e disciplinadas.
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Luísa Mendonça
26 de Novembro de 2013
12º A.V.