Entrevista Patriota à Revista CartaCapital
Augusto César Dall’Agnol*
Antônio Patriota ressalta em sua entrevista o fato do Brasil manter relações diplomáticas com todos os membros da ONU e de não possuir armas de destruição em massa, o que o confere uma credencial de país pacífico. Aborda, ainda, a importante posição brasileira em fatores de “hard power”, que poderá nos favorecer no cenário internacional. Como exemplo desses fatores, vale enfatizar que o Brasil deverá ter o quarto maior PIB do mundo, somente atrás da China, EUA e Índia e, além disso, poderá ser o sexto maior produtor mundial de petróleo até 2030. Esse significativo crescimento faz com que países vizinhos/africanos comecem a olhar o Brasil como liderança, muitas vezes solidária e comprometida com o desenvolvimento; entretanto, isso acarreta novas responsabilidades econômicas e sociopolíticas. Por isso, temos assumido, paulatinamente, responsabilidades crescentes, como a atuação frente à Missão de Estabilização do Haiti e o papel como fonte de apoio humanitário com o Programa Mundial de Alimentos.
Outro fator que faz com que o Brasil atraia atenção no âmbito internacional é a possível reforma do Conselho de Segurança da ONU. Para Antônio Patriota, é inadmissível que regiões inteiras do mundo fiquem excluídas do centro decisório, visto que o CS-NU permanece com os mesmos cinco membros permanentes desde a 2ª Guerra Mundial. A América Latina, a África, e outros centros de influência devem estar representados de forma permanente, e o Brasil surge como um grande candidato frente a esse desafio. Patriota também ressalta a importância dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo nos próximos anos. Segundo o chanceler, esses eventos contribuirão para elevar o nível de conhecimento sobre o nosso país. Além disso, deixarão um legado significativo na melhora da infraestrutura em várias cidades, o que contribuirá, indubitavelmente, na consolidação positiva da