Entre a vida e a razão
Linha de pesquisa: Idéias, instituições e práticas políticas. {EM TESE}
I – Introdução
O desenvolvimento de uma teoria da ação é uma das tarefas basilares das Ciências Sociais, sendo, inclusive, considerada por muitos de seus colaboradores como a tarefa fundamental destas ciências. Um de seus pais fundadores, Max Weber, compactua com essa idéia, o que o levaria à consideração do fundamento da ação nas primeiras páginas de seu clássico “Economia e Sociedade”, na secção intitulada “Conceitos sociológicos fundamentais”, onde intentaria estabelecer as características determinantes da ação, sobretudo da ação social que, segundo ele, seria para a Sociologia seu dado central e constitutivo (Weber, 2010 p. 44). De modo geral pode-se dizer que para Weber a ação é determinada pelo seu sentido, pela motivação que a orienta. Ainda que a ação possa receber várias motivações possíveis – tais como a tradição, o afeto e os valores, não obstante é a ação racional teleológica que serve como ponto de partida metodológico para a concepção weberiana da ação. É por isso que para Weber a ação racional referente a fins pode ser considerada o tipo-ideal de toda ação humana, o que significa que todo ato orientado por outras motivações tem de ser considerado um desvio deste tipo-ideal.
Contudo, independentemente das conseqüências dessa obra e da importância de Weber para a Sociologia, é evidente que esse não é o único modo de conceber a ação, o que Simmel nos demonstra numa gama de ensaios pouco conhecidos de sua obra que exploram, ainda que nem todos diretamente, o tema da ação. É bem verdade que, para Simmel, o desenvolvimento de uma teoria da ação não é a tarefa basilar da Sociologia. O conceito central de seu pensamento é o conceito de interação, ou ao pé da letra, o condicionamento recíproco [Wechselwirkung], através do qual Simmel pretende expressar o modo como concebe a práxis humana. Apesar disso, porém, a teoria da