Entre a imagem e simbologia dos filmes: o caso homens de preto
A cultura de massa tem sido, desde tempos quase imemoriáveis da idade moderna, uma grande preocupação. Seja como ciência de compreensão do comportamento, de sua previsão ou de sua crítica, o estudo dos costumes ou hábitos humanos herdados ou construídos é caro ao ser humano contemporâneo. Preocupado com um mundo que, ao mesmo tempo, é inventado por ele e o inventa, o homem costuma analisar todo tipo de produção vinculada na grande mídia em busca, não apenas, de suas interpretações profundas, bem como, e isso importa mais embora esteja muito mais escondido, de formas de manipular e dominar essas interpretações.
Imerso num festival constante e dinâmico de relações e referências, o ser humano é repetidamente testado e controlado pela sua própria capacidade de acumular repertório. Quando o tem de sobra é um possível interprete inteligente, quando convive com a sua lacuna, ao contrário, estabelece poucas relações e, pouco capaz de estabelecer diálogos, fica empobrecido socialmente.
Embora a fórmula do acumulo de repertório para estabelecer bons juízos pareça, ao primeiro olhar, descomplicada e bastante acessível, quando nos deparamos com as inúmeras relações que ela possibilita encontramos um emaranhado de estruturas, códigos e mensagens não veladas, que associadas a diversos símbolos geram relações que nos escapam, mesmo nos casos em que nosso repertório seria o suficiente para estabelecê-las. Muitas vezes, essas possíveis relações que não se revelam para nós derivam, entre o público de alto repertório cultural, da percepção equivocada de que a cultura de massa é vazia e inocente. Para provar o contrário vamos estudar o caso do filme homens de preto, MIB.
Visto por milhões de pessoas pelo mundo ocidental o filme centra sua história na atuação de dois agentes, J (Will Smith) e K (Tommy Lee Jones), que trabalham para uma organização ultrasecreta do governo norte americano, MIB, designada para