ensaio

MST, uma experiência vivida.
Neste ensaio falarei sobre o MST para mostrar um pouco da violência e violação de direitos que acomete não só as populações do campo, mas também no meio urbano e retratar um pouco da trajetória percorrida dentro do MST, que muitas das vezes não é conhecida pelas pessoas.
No dia em que minha família decidiu entrar para o MST, mesmo eu sendo muito pequena e não entendendo os objetivos e porque estávamos ali, hoje que já se passam mais de dez anos dentro do MST, sendo meus pais assentados pelo MST, vou descrever um pouco da minha trajetória dentro do movimento, onde tive o contato com pessoas de diferentes culturas, religião, valores e que essa experiência me fez entender melhor a vida e que é preciso sim conviver com a diversidade, uma experiência diferente do habitual, podendo até ser comparada com os estudos dos antropólogos em outras culturas.
O movimento como qualquer outro tinha suas normas e tudo tinha que ser feito de acordo com elas e as pessoas eram guiadas e orientadas por essas normas. A primeira impressão do movimento para minha família era totalmente estranho e parecia não ter muito significado, mas com o passar dos anos dentro do MST começamos perceber que tudo ali tinha um sentido: as assembleias onde todos eram convocados, as grandes festas que eram organizadas, as varias lutas que passávamos juntos.
Apesar de ser visto de fora, como um movimento de repudio, onde sempre éramos julgados até como invasores sem razão, quem dele participava percebia a união e a disciplina daquele movimento. As experiências que passamos ali foram únicas, não consigo me esquecer de algumas etapas que aconteceram. Um dia vários policiais chegam ao acampamento com uma ordem de despejo, ficamos sem rumo, sem saber pra onde ir, meu pai logo se desesperou, pois eu era muito pequena e ele tinha medo da minha reação durante todo o processo em busca de outro lugar pra morar, ao assistir o documentário a caminho da copa identifico claramente