ensaio

ACADÊMICA: Jaqueline Correia dos Santos Alves Batista
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE- UNICENTRO

CAPITALISMO: UM MAL DE SÉCULOS? Tendo como base a teoria de Marx, procurarei destacar o forte apelo ao consumismo desenfreado, bem como ao comodismo ressaltados por Dyonélio Machado, sendo seu protagonista, Naziazeno, um dos milhares de injustiçados desses costumes impregnados secularmente. Estamos imersos em uma sociedade em que o que vale realmente é o que se tem e não o que se é uma verdadeira luta de classes onde o grande valor está única e exclusivamente no dinheiro, nos bens materiais. A história em si é retratada dentro de 24 horas nas quais estão evidentes a angústia, o desespero e a submissão de Naziazeno, o protagonista, buscando encontrar uma forma, qualquer que seja essa forma, de liquidar a pendência com o leiteiro e com o doutor. O desejo de provar à mulher, que constantemente o questiona sobre o pagamento, seu poder de pai de família. “_ Tu ainda não pagaste doutor, Naziazeno...” (pág. 12) O apego pelo supérfluo é fortemente retratado, uma vez que o personagem se prende a aparências ao invés de importar-se com o necessário, a ganância vem à tona com o vício nos bettings. “Naziazeno entrara em bettings que chegaram a render oito ou dez contos. Bons bettings...” (pág., 15)
Transparece a mesquinhez e mediocridade do homem que se vê imerso na busca pelo dinheiro, o capitalismo, uma realidade desumana que os aprisiona livremente. Uma realidade em que poucos têm muito e muitos têm pouco. Sem conseguirem quitar suas dívidas, transformam suas vidas em um pesadelo que os atormenta sem dar nenhuma trégua. “Como se desse um pulo, todo o seu interesse é agora, explosivamente, para esses cinqüenta e três mil-réis do leiteiro!” (pág. 19) É vigente a critica ao consumismo, este é visto como forma de conquista da respeitabilidade e da dignidade do homem, um homem sem bens materiais é o legítimo rato, sobrevivendo de migalhas, sem questionar sua