Ensaio sobre o espelho

O ESPELHO
Essência e aparência, uma natureza modificada.

Machado de Assis começa sua narrativa, “falando” que existiam quatro ou cinco cavalheiros debatendo sobre questões relacionadas com aspectos intelectuais, voltadas especificamente para problemas de ordem metafísica. No contexto das discussões surge a questão sobre as características relacionada à alma humana. Um cavalheiro que ali estava meio calado e que por sua vez chamava-se Jacobina aproveitando a oportunidade coloca uma questão na discussão e já afirmando que não aceita de modo algum controversa a respeito dela (sua opinião), afirmando que existem duas almas e não uma somente. E começa exemplificando com a laranja e suas metades, mas a característica fundamental aqui é um aspecto existencial que ocorreu num dado momento de sua vida, e Jacobino narra aos companheiros a importância que isso produziu em sua vida como também a angústia que ele atravessou. Onde percebe que sua personalidade muda de acordo com que as pessoas lhes tratam.
Jacobina como era conhecido (o cavalheiro), começa narrando aos amigos um fato que aconteceu na sua vida quando tinha vinte e cinco anos, quando foi chamado para ser alferes, “um cargo importante, da guarda nacional”, por ser de família humilde ou pobre e acabara de ser nomeado para exercer um cargo importante para a nação. Foi ai então que começou uma reviravolta na vida desse pobre homem, aos passos dos dias, todos iam esquecendo o homem e o qualificando como o “alferes” e sem perceber ele ia mergulhando no caminho que iria apagar para sempre suas característica singulares. Características estas que correspondem sua essência de homem, sua verdadeira natureza que sempre existiu. Muitas pessoas que (levando em conta nossas convivências, e exemplos de pessoas que conhecemos) passam a exercer um determinado cargo público ou se formam, ganham algum prêmio ou melhoram de vida econômica, se distanciam de muitos de suas atividades que praticaram no passado, transformando