Ensaio sobre eduard bernstein
Introdução: Este ensaio tem o objectivo de mostrar como a questão, “Qual o princípio da democracia?” que Bernstein levanta na sua obra é analisada de forma penetrante e respondida de forma ampla, subtil e engenhosa. Não podemos falar deste autor sem primeiro fazer uma breve alusão à sua vida. Bernstein (1850-1932), para além de político foi, também, um teórico político alemão. Juntou-se ao SPD (Sozialistische Partei Deutschland), aos vinte e dois anos de idade, e esteve presente, dois anos volvidos, na reunião histórica que formou o Partido Social Democrata Alemão. As suas ortodoxas crenças Marxistas, e a colaboração com Engels valeram-lhe a distinção de um dos maiores teóricos alemães de esquerda. Na década de 1890, escreve uma série de artigos controversos nos quais rejeita a ideia de que o fim da ordem capitalista estava próxima, bem como outras doutrinas associadas à análise do capitalismo marxista, como por exemplo, a inevitabilidade do conflito de classes. Voltou ao SPD em 1918 e fez parte do governo de 1919, ainda que por um breve período de tempo.
Bernstein e o princípio da democracia. Há questão “Qual o princípio da democracia?”, Bernstein responde-nos que a primeira impressão que temos acerca da sua definição é o “governo do povo”. No entanto, a palavra democracia tem de pressupor muito mais do que uma mera forma de governo. Partindo deste ponto, mostra-nos que se nos expressarmos de forma negativa conseguiremos uma aproximação mais real acerca da definição. Assim, descreve a democracia como a ausência de um governo de classe, a indicação de uma condição social onde nenhuma classe tem um privilégio politico que se oponha à comunidade no seu todo, nem tão pouco existirá margem de manobra para a ideia da opressão do indivíduo pela maioria. É deste modo que o autor considera que quanto mais apoiantes tiver e quanto mais governar a