Capitalismo e o Estado de Bem Estar-Social
Ivo Tonet e Adriano Nascimento
Índice
1. Introdução
02
2. Marx e a Centralidade do Trabalho
03
3. O Caminho Social-Democrata para o Socialismo
09
4. Os Descaminhos da Revolução Soviética
16
5. O Eurocomunismo e a Via Democrática para o Socialismo
22
6. Conclusão
26
7. Bibliografia
32
1
1. Introdução
Faz mais ou menos cento e cinqüenta anos que se trava uma luta encarniçada entre capital e trabalho. Inúmeras foram as vicissitudes que essa luta sofreu. Muitas foram as vitórias que o trabalho alcançou sobre o capital. No entanto, sempre foram vitórias parciais. Nenhuma delas conseguiu por em xeque a lógica mais profunda do seu antagonista, de modo que cada uma dessas vitórias foi sempre assimilada pelo capital, para continuar a repor, sob novas formas, a exploração do homem pelo homem.
As conseqüências dessas sucessivas derrotas do trabalho, apesar de todas as vitórias parciais, foram gravíssimas. A principal delas, ao nosso ver, foi que a classe trabalhadora acabou perdendo, cada vez mais, o sua perspectiva revolucionária, de superação do capital, para dedicar-se à luta por melhorias tópicas. Os partidos de esquerda, que se diziam representantes dos interesses da classe trabalhadora e condutores da sua luta, foram se tornando, cada vez mais, partidos tipicamente burgueses, cujo objetivo não era mais a emancipação humana, mas a tomada do poder, na suposição de que, por intermédio dele, poderiam realizar as transformações sociais.
Deste modo, de algumas décadas para cá, a luta pela construção de um mundo livre, justo e igualitário encontra-se numa situação paradoxal e trágica. Em inúmeros países, especialmente dos mais desenvolvidos, partidos que se proclamavam de esquerda assumiram o poder, prometendo combater o neoliberalismo e realizar profundas mudanças sociais. No entanto, o que se viu e está vendo é que todos eles