Ensaio – charlie chaplin
Carlos Hamilton
Teoria da Imagem e do Som (manhã)
Ensaio – Charlie Chaplin
Belo Horizonte
Instituto de Comunicação e Artes
2012
1 André Bazin – Charlie Chaplin
“Charlie Chaplin” de André Bazin reúne uma série de textos e artigos publicados por Bazin em diferentes épocas. Os textos explicitam os pensamentos de Bazin a respeito dos filmes de Chaplin e, consequentemente, de alguns outros autores aos quais se faz uma ou duas comparações. Mas Bazin também faz uma análise acerca da questão de autor único e inigualável que é Chaplin e na justificativa – e até o que poderia ser entendido como defesa – de seus filmes.
1.1 Tempos Modernos
Em “Tempos Modernos” temos Carlitos tentando, de um jeito e/ou de outro, se adequar à vida industrial. Logo no começo já temos claros exemplos dos tons que serão atribuídos aos elementos do filme. A Fábrica é mostrada como um local de trabalho contínuo, num processo onde quanto menos tempo se perder melhor, deixando em segundo plano as condições dos trabalhadores. Percebe-se tal situação desde as cenas onde o dono da fábrica manda aumentar a potência das máquinas, obrigando os trabalhadores a aumentarem seu ritmo, até a cena em que o dono da fábrica experimenta uma máquina que alimenta o trabalhador sem que este deixe de trabalhar. Nestas cenas temos o contraste do trabalhador, representado por Carlitos, primeiro fazendo movimentos repetitivos descontroladamente após aumentar o ritmo de trabalho – e aqui entra um dos conceitos de Bazin que ele se refere como “pecado da repetição” que Chaplin trabalha em seus filmes como se Carlitos, sem pensar no futuro, põe-se a repetir os movimentos de forma a “automatizar” um processo. Na cena da “Máquina Alimentadora” Carlitos leva a pior ao ser usado como cobaia e devido ao mau funcionamento da máquina. Vale mencionar que, por algumas vezes durante o filme, Chaplin repete algumas situações traduzindo-as