Enoque e Elias
Dr. Alberto Timm
Quando Jesus declarou, em Seu diálogo com Nicodemos, que “ninguém subiu ao Céu, senão
Aquele que de lá desceu, … o Filho do homem” (Jo 3:13), pelo menos Enoque, Moisés e Elias já estavam no Céu. A respeito de Enoque é dito que ele andou “com Deus e já não era, porque
Deus o tomou para Si” (Gn 5:24) e que, “pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara” (Hb 11:5). Sobre Moisés somos informados de que o arcanjo Miguel “contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés” (Jd 9).
Quanto a Elias, o texto sagrado fala de um tempo “quando estava o Senhor para tomar Elias ao
Céu por um redemoinho” (2Rs 2:1) e que, realmente, “Elias subiu ao Céu num redemoinho” (v.
11). Já no evento da transfiguração de Jesus (ver Mt 17:1-8; Mc 9:2-8; Lc 9:28-36), Moisés e
Elias “apareceram em glória” para consolá-Lo a respeito de Sua morte (Lc 9:30, 31). Os espíritas costumam usar esse reaparecimento de Moisés e Elias para sustentar a teoria antibíblica da reencarnação, ou seja, de que uma pessoa pode morrer várias vezes, reencarnando o seu espírito em uma sucessão de novos corpos. Mas o texto bíblico é claro em afirmar que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo”
(Hb 9:27). Além disso, o pretenso reaparecimento do profeta Samuel para o iníquo rei Saul, relatado em 1 Samuel 28, não passa de uma experiência mediúnica de origem satânica. A
Bíblia condena toda e qualquer forma de necromancia, ou seja, de comunicação com os mortos (ver Lv 19:31; 20:6, 27; Dt 18:9-12; Is 8:19, 20), e Saul foi condenado pelo Senhor, entre outras coisas, “porque interrogara e consultara uma necromante” (1Cr 10:13). Portanto, os reaparecimentos de Moisés e Elias não podem ser considerados reencarnações