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A responsabilidade de todos nós
Houve uma época em que nosso país era devorado economicamente pelo que se chamou "dragão da inflação", período em que nosso dinheiro era comido ou incinerado em poucas horas. Para se ter uma idéia, decorar preços em supermercados era impossível e para tentar acompanhar esta evolução vertiginosa os salários eram corrigidos através de um sistema denominado "gatilho", processo no qual quando a inflação atingia um determinado patamar os salários eram automaticamente reajustados. A inflação girava na casa dos dois dígitos e se o planejamento familiar era muito difícil o que dizer de um país com dimensões continentais¿ Este período foi marcado também pelos oportunistas que tentavam lucrar a qualquer custo, buscavam o enriquecimento próprio, enfim, o caos Muitas foram as tentativas de acabar com a inflação, tantos foram os planos que não me atrevo a tentar enumerá‐los até que o governo de Fernando
Henrique Cardoso, apoiado em um ministério da economia tecnicamente muito forte, criou o
Plano Real, buscou a desindexação, desvencilhou‐se de interesses políticos, de oligopólios e com determinação conseguiu levar a inflação a um patamar de um dígito. Sem dúvida, esta foi a grande marca do governo FHC e ainda é o principal argumento para fins eleitorais para o partido que era governo. Talvez muitos que venham a ler este texto não compreendam o que significou ou não consigam se imaginar num mundo onde a máquina de remarcar preços trabalhava incessantemente. Refiro‐me às gerações Y, X, W, que nasceram dentro de uma realidade econômica estável e por isso não se dão conta de que nos últimos anos a sombra do “dragão” volta a nos ameaçar. Fato que se agrava com o posicionamento do governo atual, que além de à época do Real representar a oposição, não admite este