Engenharia ambiental
“Não existe mais hora do rush e isso significa perda de mobilidade”, constata Trigueiro, ao avaliar o trânsito caótico das cidades. Segundo ele, a engenharia de tráfico do país tem que mudar e, “em bom português”, diz que isso “significa que os investimentos públicos em transporte de massa eficiente, barato e rápido devem ser superiores, devem suplantar os investimentos públicos que abrem caminho para o transporte individual”. De acordo com o jornalista, a maioria dos impostos pagos pelos brasileiros ainda beneficia o transporte individual. “Isso é um desajuste, um desacerto e é injusto, porque a maioria dos brasileiros não tem carro”, reitera.
Em entrevista à IHU On-Line, por telefone, Trigueiro defende a ideia de investir em transportes públicos que atendam centenas de pessoas, como o metrô, que, apesar de caro, é o meio mais indicado para solucionar problemas de tráfego e mobilidade urbana. “Chegamos a um ponto em que não é opção ter metrô; ele é fundamental, porque é o meio de transporte que irá reduzir, no longo prazo, a bomba relógio do crescimento desordenado das cidades e das suas frotas automobilísticas”.
André Trigueiro é jornalista, pós-graduado em Gestão Ambiental pela COOPE/UFRJ e professor do curso de Jornalismo Ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Na Globo News, apresenta o programa “Cidades e soluções”, tratando da questão do meio ambiente. É autor de Mundo sustentável (São Paulo: Globo, 2005).
IHU On-Line – Qual sua reação diante da notícia de que um motorista atropelou diversos ciclistas que participavam de manifestação em prol da consciência ambiental?
André Trigueiro – É evidente que houve um crime, houve dolo e é evidente, de acordo com as imagens, que houve a intenção deliberada de atropelar. Nesse sentido, não há defesa, não há justificativa.
Por outro lado, o caso mostra que uma