Enfermagem
Saúde Coletiva no limiar do Terceiro Milênio
Maria Amélia de Campos Oliveira*
Maria Rita Bertolozzi*
Emiko Yoshikawa Egry**
Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca***
RESUMO: Sob a influência dos processos mundiais de globalização e internacionalização dos mercados, a expansão e a consolidação do modelo econômico neoliberal no Brasil expressa-se também na área da saúde. Os indicadores de morbimortalidade traduzem os processos de exclusão social que destituem a cidadania de 30 milhões de brasileiros, situados abaixo da linha de pobreza, em uma evidente demonstração de iniquidade. Alternativas para a construção e a proposição de estratégias que permitam a superação dessa realidade podem ser buscadas no arsenal teórico da Saúde Coletiva. Uma vez compreendido o conceito de saúde-doença que a embasa, sua ancoragem metodológica, os projetos de intervenção que dela resultam, bem como a amplitude e a dinâmica das mudanças que propõe, pode-se distingui-la da Saúde Pública. Para isso, impõese o resgate da historicidade da sua construção na década de 70, como um movimento eminentemente político que se insurgiu contra a situação social e política vigente na maioria dos países latino-americanos. Refazer esse movimento histórico, permite à Enfermagem melhor compreender a atual conjuntura para, assim, assumir seu papel social no processo de produção em saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem em Saúde Coletiva, globalização, processo de produção em saúde
* Professora Doutora do Departamento d e Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo
** Professora Titular do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo
*** Professora Associada do Departamento de Enfermagem e m Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São
Paulo - Av. Dr. Enéas d e Carvalho Aguiar, s/n São Paulo-SP CEP 05403-000
INTRODUÇÃO: O CENÁRIO