Enfermagem e a saúde coletiva
A enfermagem, enquanto uma das disciplinas que compõem o trabalho em saúde, constitui-se também como uma daquelas que constróem a saúde coletiva.
· Como a enfermagem se insere nesse campo da saúde coletiva?
· Como o saber da enfermagem se relaciona com outros saberes que constróem a saúde coletiva?
· Como a enfermagem se faz enfermagem?
Retomando o que já foi explicitado anteriormente quanto à compreensão do coletivo como um campo estruturado de práticas sociais que caracterizam a saúde coletiva, é importante, no que se refere à discussão da enfermagem na construção deste campo, que nos aproximemos mais detidamente do conceito de prática social.
"Quando se fala em práticas sociais, e no caso a saúde ou a enfermagem, estamos nos referindo a tomar estas práticas para além de sua dimensão profissional e técnica, ou seja, para além de uma aplicação imediata e direta dos conhecimentos técnico científicos. Estamos nos referindo a tomar em consideração a dinâmica social ou seja, as inter-relações de cada âmbito de prática com as demais, seja na produção do conhecimento, na reprodução sócio-econômica e política e na inserção dos sujeitos" (Almeida et al., 1999:3).
Desta forma, na definição de práticas sociais, parte-se da categoria trabalho, considerando-as enquanto práticas constitutivas da sociedade (Schraiber, 1996). Estamos então tomando em conta que a enfermagem não se apresenta neutra e não se faz somente com saberes e práticas técnicas, ainda que necessite destes para constituir-se como um trabalho social em dada sociedade, reconhecido por ela e intervindo nela.
Na enfermagem, segundo Almeida et al. (1999), estudos nessa direção aparecem, no início da década de 80, com contribuições relevantes de Almeida et al. (1981), Germano (1983) e Silva (1986), disparando um processo de efervescência na produção de conhecimento em diferentes áreas da enfermagem e, em particular, da enfermagem em saúde