Energia renovaveis
Grande parte dos problemas de financiamento enfrentados pelo setor elétrico, responsável pela paralisação dos seus investimentos e pela ameaça de déficit de energia ocorreu logo após a época do milagre econômico (entre a segunda metade da década de 60 e a primeira metade da década de 70 e deve-se à progressiva desvalorização das tarifas ao longo das décadas de 70 e 80. O setor elétrico brasileiro encontrava-se em um contexto econômico extremamente favorável. Na década de 70, por exemplo, adotou-se no Brasil o regime de equalização tarifária, que consistia na adoção de uma mesma tarifa em todo o território associada a um sistema de subsídio inter-regional como estímulo ao desenvolvimento energético de certas regiões do país. Entretanto, após a primeira crise do petróleo, a inflação mudou de patamar, passando de 20% anuais, em 1974, para 40% em 1976 . O governo, então, passou a usar as tarifas públicas como um instrumento de combate à inflação, medida que foi utilizada no decorrer dos vinte anos que se seguiram. Até 1982, a contenção tarifária foi sustentada por uma política de endividamento do setor público, que cobria as necessidades de financiamento do setor elétrico. A aceleração inflacionária desencadeada a partir do fracasso do Plano Cruzado e os inúmeros planos de estabilização não foram bem sucedidos, contribuindo para uma significativa deterioração tarifária que se estendeu até 1992 devido às diferentes estruturas de custo e à existência de mercados muito heterogêneos, em 1993 as tarifas voltaram a ser fixadas pelas concessionárias de distribuição de energia elétrica, justificando a necessidade de as distribuidoras adequarem as suas tarifas ao mercado que atendiam, de modo a atingir um patamar satisfatório de rentabilidade.
Com o fim do regime de equalização tarifária em 1993, as concessionárias de distribuição de energia elétrica passaram a atualizar suas próprias tarifas, em função dos custos de serviços, tentando recompor suas receitas,