energia elétrica
Ilustração Filipe Borin Há dois anos, quando José Lourenço Ribeiro comprou a Fazenda Antinha, em Capitólio, sul de Minas Gerais, a energia elétrica era uma realidade apenas na zona urbana. O tempo passou, os pés de eucalipto, as frutas e as hortaliças que começou a cultivar cresceram e nenhum sinal da eletricidade chegar à propriedade.
Ao fazer o cadastramento do sítio no programa do governo federal Luz para Todos, a técnica da Emater Patrícia Regina Domingos encontrou um objeto estranho na propriedade: uma antena. Como o produtor conseguia assistir à televisão sem ter energia elétrica? A resposta estava literalmente estacionada na varanda.
Dividido entre a produção e o trabalho de atendente em uma loja de materiais de construção no centro da cidade, e sem muita paciência para esperar o governo, Ribeiro inventou um meio barato e muito simples de prover energia elétrica à propriedade.
Ele observou que, se uma bateria consegue acender os faróis e as lanternas de um carro, por que não utilizá-la para fornecer energia a lâmpadas e até a um equipamento eletrônico? Com uma bicicleta, uma correia, um alternador de carro e uma bateria comum de 45 amperes e 12 volts, Ribeiro pedala trinta minutos para acender as luzes de casa e até para assistir aos telejornais e às novelas em uma pequena televisão. Até cerca elétrica o produtor instalou na propriedade.
A ideia lhe rendeu mais que energia elétrica. Impressionada com a invenção, Patrícia estimulou o produtor a participar do Prêmio Criatividade Rural, da Emater. Concorrendo com 116 projetos de todo o estado, a bicicleta chegou em quarto lugar com o nome "Pedalando e Iluminando".
Mais que fama, Ribeiro ganhou mesmo foi em economia. O projeto lhe custou 170 reais com a compra do alternador usado e da bateria, mas não há