Encomienda
Por
Damião Roberto do Amaral
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
2011
A ENCOMIENDA
INTRODUÇÂO - Este trabalho tem como objeto um estudo panorâmico da encomienda na América colonial espanhola à luz da reflexão contemporânea de alguns autores. Serão abordados os seguintes aspectos: características da encomienda, o papel social dos encomendeiros, o papel da Coroa e a atuação da igreja. Com estes agentes sociais, pretende-se justificar a participação primordial dos aborígenes na fixação, povoamento e colonização da América espanhola entre o período do descobrimento e a primeira metade do século XVI. Procurarei mostrar como a atuação desses agentes convergindo para a mão-de-obra indígena acarretaram as condições propícias para a exploração e desenvolvimento da colônia, seus conflitos e interações onde cada setor defendia deus interesses, inclusive os índios.
ENCOMIENDA – Antes de entrarmos no assunto, é necessário conhecer alguns antecedentes. A ocupação e exploração da América foram um desdobramento da expansão marítimo-comercial européia e elemento fundamental para o desenvolvimento do capitalismo. A colonização promovida pelos espanhóis deve ser entendida a partir da lógica mercantilista baseada, portanto, no Exclusivo metropolitano, ou seja, no monopólio da metrópole sobre suas colônias. Por sua vez, as relações essenciais da economia colonial foram àquelas apoiadas nas comunidades indígenas, tributárias dos grandes impérios asteca e inca. Neste contexto, como forma inicial de exploração, foi utilizada a encomienda, instituição espanhola originada na Reconquista, e que sofreu adaptações nas colônias, sendo considerados pontos fundamentais nesse trabalho o seu conceito, vantagens e desvantagens. Segundo Murdo[1], a encomienda é um arranjo contratual pelo qual um determinado número de índios pagadores de tributo era “confiado” ao cuidado material e espiritual de um espanhol e do clérigo que ele presumivelmente engajava, em troca do