Enchentes
A natureza vem sendo destruída em nosso país há muitas décadas. O processo de urbanização acelerado e a destruição da mata atlântica, a impermeabilização de terrenos urbanos e a compactação de terrenos rurais agravaram essa situação em diversos estados, como o Rio de Janeiro. A preservação ou recuperação de áreas degradadas só pode ser conseguida a médio e longo prazo, através de medidas como, por exemplo, parques municipais, estaduais ou nacionais. Entretanto, enquanto iniciativas desse tipo são implementadas, também são necessárias outras, de curto prazo. Este estudo é uma pequena contribuição ao saber cientifico e tecnológico de numerosas instituições públicas e privadas, que têm o objetivo primordial de registrar nosso interesse em participar de uma solução maior e permanente para nossos municípios, estado e país. Isso só ocorrerá com a parceria dos entes municipais, estaduais e federais, colocando esse assunto como prioridade nacional, inclusive no que diz respeito aos orçamentos, volumes de recursos e participação de técnicos, com capacidade de garantir a solução desse problema, o que já acontece em numerosos países do mundo.
Engenheiro Agrônomo AGOSTINHO GUERREIRO PRESIDENTE DO CREA-RJ
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INTRODUÇÃO
É PRECISO COBRAR! * Em meio ao caos na Região Serrana do Rio, ainda é difícil contabilizar de forma precisa os prejuízos e o número de vítimas, que ultrapassam 500 e que não param de crescer. Há, no entanto, duas coisas que podem ser ditas sem precipitações: já é uma das piores catástrofes do país, e muitos dos estragos causados pela tempestade que se abateu na região, no último dia 11, poderiam ser evitados ou amenizados. A falta de planejamento urbano e a inexistência de uma estratégia de emergência - que incluiria não apenas equipamentos meteorológicos adequados para previsão de tempestades e outras intempéries, mas uma comunicação ágil e eficiente entre os institutos de previsão do tempo com a Defesa Civil e demais órgãos públicos -