empresas atigamente e atualmente
A produção e as trocas internacionais, dirigidas de forma integrada, representam um espaço adequado para a valorização dos recursos do capital concentrado e internacionalizado. Até aqui, só este capital está em condição de operar nessa amplitude e de aproveitar duplamente as disparidades existentes entre os diferentes espaços que compõem a economia mundial. Ele aproveita, em primeiro lugar, a escala de operação e as disparidades que subsistem entre os diferentes espaços que compõem a economia mundial, disparidades que a sua ação reforça. Mas aproveita, também, o fato de que existe uma defasagem entre a amplitude da sua atuação e as do Estado e do trabalho, "agentes" cuja ação ainda está inscrita no espaço nacional. É certamente no âmbito financeiro que esse aspecto está mais presente, como observou Guttmann, ao dizer que " enquanto a moeda bancária privada se tornou essencialmente apátrida e circula em nível mundial, constantemente em busca de melhores rendimentos, o nosso sistema monetário internacional ainda está baseado em moedas nacionais que servem de moedas internacionais" (Guttmann, 1996). É portanto nesse espaço – amplo e fragmentado – que as grandes empresas e os grupos encontram as condições que lhes permitem fazer frutificar todas as potencialidades do capital de escalas gigantescas e concentração muito elevada que opera em escala mundial.
Os termos gigantesco e concentrado devem ter a sua acepção precisada. As empresas saídas da segunda revolução industrial eram grandes empresas e cresceram durante mais de meio século de expansão e concentração. Mas as grandes empresas da atualidade, essas que merecem a qualificação de gigantescas, estão situadas noutro plano. É que elas estão em condições de se oferecer a possibilidade de aquisições e fusões, graças às dimensões que atingiram e ao acesso que podem ter aos recursos – igualmente muito volumosos – que o sistema financeiro mobiliza rapidamente.