Empreendedorismo
Empreendedorismo
Autoria: Mauricio C. Serafim, Ana Cristina Braga Martes, Carlos L. Rodriguez
RESUMO
Organizações religiosas vêm desenvolvendo tendências de gestão similares às das organizações empresariais. Por um lado, as igrejas vêm oferecendo, de modo crescente, apoio material e recursos organizacionais voltados para treinamento e gestão de empresários e potenciais empreendedores. Por outro, nos cultos presenciais ou nos meios de comunicação, são transmitidas mensagens de exaltação ao sucesso econômico e celebração do enriquecimento. Este artigo está estruturado em torno de dois pontos: (1) as igrejas favorecem, enquanto organização, a formação de redes onde prosperam a confiança e o capital social, fundamentais para os negócios; (2) as igrejas incentivam a racionalidade da conduta em relação aos negócios – ou seja, planejamento e maior organização –, disponibilizam recursos materiais e conhecimento da área de negócios, assim como propiciam motivação econômica (entendida aqui como crença na capacidade de empreender o próprio negócio). Contudo, se as igrejas ainda hoje propiciam tais recursos, elas não o fazem da mesma maneira. Assim, os objetivos deste artigo são: (a) analisar as maneiras pelas quais duas organizações religiosas – uma evangélica e outra católica – disponibilizam recursos simbólicos e materiais de modo a incentivar (no nível discursivo) e apoiar (oferecendo recursos organizacionais) a formação e o crescimento de empresas de propriedade de seus seguidores, e (b) investigar possíveis diferenças na forma e na eficácia dos métodos por elas utilizados. Para isso, fazemos um breve resgate do termo empreendedorismo, explicitando o conceito com o qual trabalhamos – abertura e/ou desenvolvimento de um negócio próprio ou auto-emprego (ALDRICH, 2005) – assim como a sociologia econômica estuda o tema empreendedorismo e religião,