Empirismo
O empirismo, ou filosofia da experiência, é a corrente filosófica que considera a experiência como fonte única do conhecimento (fonte do conhecimento). O empirismo ignora que a experiência só é possível na pressuposição de condições não experimentáveis. O empirismo propõe-se, de modo especial, explicar os conceitos e juízos universais mediante a pura experiência. Sem dúvida, "todo nosso conhecimento começa com a experiência" e por ela é, de qualquer maneira, condicionado. Mas não se pode admitir que nossos conhecimentos se restrinjam ao domínio da mera experiência. Nem sequer pode ser derivado da experiência o princípio: "todo conhecimento proveniente da experiência é verdadeiro"; menos ainda o axioma básico do empirismo: "só a experiência garante o conhecimento verdadeiro". — O empirismo deve renunciar igualmente a explicar os conceitos universais. As representações sensoriais comuns ou esquemas não bastam para explicá-los, porque tais esquemas não podem como predicados, ser atribuídos de modo idêntico a muitos objetos reais. O conceito lógico de "homem" é rigorosamente uno, ao passo que seu esquema sensorial admite diversas formas. Por isso, tampouco esses esquemas podem desempenhar o papel de sujeito ou predicado em juízos universais. Por sua vez, precisam eles de uma norma, para serem produzidos e conhecidos como esquemas, e essa norma é o conceito lógico. Nem basta apelar para representações acessórios sensoriais subconscientes, porque o conceito universal é representação consciente e clara. Não se nega que o conceito possivelmente se revista de esquema sensível e seja acompanhado de representações acessórias sensíveis; mas este processo pressupõe o conceito lógico. — O empirismo confunde, outrossim, a relação intelectiva sujeito-predicado com a associação cega. O empirismo tenta fundamentar a validade dos juízos universais a partir da indução. Mas a indução tem pressuposições (a lei de uniformidade da natureza) que não podem ser fundamentadas