EMOÇÃO E MEMÓRIA
A palavra “emoção” tem sido usada para se referir a um estado afetivo presente durante a codificação e/ou recuperação da memória.
Do ponto de vista experimental, refere-se ao estado afetivo/fisiológico que um indivíduo apresenta na vigência de um teste de memória sob condições de estresse. Os pesquisadores interessados em estudar o efeito da emoção na memória devem poder separar “emoção” de outros importantes fatores, potencialmente influenciadores, como o fato de os eventos emocionais serem recontados diversas vezes ou serem únicos e inusuais. Em virtude de sua natureza fisiológica, medidas de parâmetros fisiológicos durante a ativação emocional ou o uso de escalas específicas para padrões comportamentais são uma boa opção para esses estudos. Apesar desses parâmetros serem respeitados, os estudos produzem resultados inconsistentes quanto à influência da emoção na memória, quais sejam: 1) facilitação da memória, 2) prejuízo da memória ou 3) facilitação de alguns aspectos da memória e prejuízo de outros. Assim, as teorias que tentarem abarcar a conexão entre memória e emoção deverão buscar explicar essas inconsistências, além de considerarem as questões fisiológicas e comportamentais envolvidas na aquisição, codificação, consolidação e recuperação de informações. Por esse motivo, as variáveis neurobiológicas não podem ser desconsideradas no estudo da memória e emoção. A emoção pode ser manipulada experimentalmente apresentando-se, por exemplo, uma seqüência de slides representando eventos estressores e potencialmente emocionais, como um assalto ou ameaça, com a intenção de simular uma situação de testemunho real dessas situações. Esse tipo de manipulação tende a prejudicar o desempenho em testes de recordação e reconhecimento para informações apresentadas nos slides. Contudo, quando a emoção é manipulada apresentando-se palavras ou figuras com diferentes cargas emocionais, o efeito na memória tende a ser facilitado para essas palavras ou figuras. A