Em favor da leveza CAUDURO
PROTENSÃO
Em favor da leveza
Veja como funciona a pós-tensão com sistema não-aderente, que utiliza cordoalhas engraxadas e plastificadas
Eugenio Luiz Cauduro, engenheiro civil responsável pelo desenvolvimento de Mercado de Produtos para Construção Civil da
Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira
Ideal para pretensões de baixa densidade, o sistema não aderente foi criado e desenvolvido para uso em lajes do tipo cogumelo e ganhou força no sudoeste dos Estados Unidos. Por sua extrema facilidade de aplicação, tornou-se importantíssimo na desenvolvida indústria de pré-fabricados norte-americana.
A partir deste ano, a cordoalha plastificada e engraxada, que promete baratear e simplificar a protensão leve, passa a estar disponível também no Brasil, como mostra este artigo, baseado em trabalho original apresentado em agosto de
1996, durante a 38ª Reibrac, em Ribeirão Preto-SP.
1. Introdução
1.1. Pós-tensão
Os sistemas de pós-tensão utilizados nas construções em concreto protendido são agrupados em duas principais categorias: sistema aderente e sistema não aderente. No Brasil o concreto protendido começou a ser utilizado em 1949, com a construção da Ponte do Galeão que, na época, foi a mais extensa ponte em concreto protendido no mundo, com 380 m de comprimento. Foi uma das primeiras aplicações da patente Freyssinet em todo o mundo, tendo sido o próprio Eugène Freyssinet o orientador do projeto feito na França. Os cabos eram constituídos de 12 fios lisos de Ø 5 mm, envolvidos em duas ou três camadas de papel resistente (kraft), sendo os fios e o papel pintados com tinta à base de betume. Essa maneira de confeccionar os cabos tinha por objetivo possibilitar o tensionamento deles após o endurecimento do concreto. O betume evitava a penetração da nata de cimento para dentro do cabo e funcionava como lubrificante por ocasião da protensão. Tratava-se portanto de concreto protendido “sem aderência”, apesar de haver posteriormente uma injeção de pasta de cimento no cabo,