Em criação
A Dama de Ferro, conta a trajetória política de Margaret Thatcher, ex-primeira ministra da Grã-Bretanha e única mulher a assumir o cargo, traçando um registro sobre sua elevação na política em um ambiente totalmente dominado por homens. Da infância humilde até os dias atuais, em que Thatcher se encontra reclusa em sua casa após indicação médica, o filme propõe biografar a ex-primeira ministra britânica do ponto de vista dela mesma, em primeira pessoa. O filme se passa no presente, com Thatcher relembrando o passado difícil da infância e da adolescência. Tudo passa pela cabeça dela: o trabalho duro, o preconceito (uma mulher em meio a conjuntos sociais bastante machistas), a falta de dinheiro, e também seus sonhos.
O filme pretende mostrar que os conflitos com os sindicatos e o impacto disso refletido em altas taxas de desemprego nos setores produtivos (também ocasionadas pelas greves que tomaram conta das indústrias) e mesmo as brigas internas no Partido Conservador, assim como todo o rodeio político em que esteve envolvida ao longo de sua carreira, a castigaram exageradamente. Em alguns momentos, a exemplo mesmo do desfecho do filme, vemos o rosto Thatcher refletido no vidro da janela da sala enquanto ela fixa o olhar na rua, que parece a auxiliar a relembrar o passado. São esses momentos de alívio, em que a diretora Phyllida Lloyd deseja mostrar a lado humano da protagonista que acabam transmitindo essas isolações possíveis de uma vida visivelmente conturbada.
A Dama de Ferro, de Phyllida Lloyd (Iron Lady, Reino Unido, 2011)
Com Meryl Streep, Jim Broadbent, Olivia Colman, Anthony Head.