ELLY SANTOS
Universidade do Estado da Bahia – UNEB
Curso: Pedagogia (II semestre)
Disciplina: Epistemologia (Celso Silva)
Discente: Eliene Rodrigues dos Santos
INTRODUÇÃO
Em A Força da Convicção, mantendo sempre um diálogo com numerosas outras vozes atuais, Guillebaud vai, em suas próprias palavras, capinando o terreno para clarear a paisagem, desbastando os paradoxos que nos cercam, mostrando que as ciências que se dizem e se pretendem objetivas estão igualmente eivadas de crenças. Crenças que chegam até a alicerçar invisíveis ou camufladas ideologias, que desmoralizam sua alegada neutralidade.
Pretexto para que se levasse a termo a concretização, a qualquer custo, do que entendem por laicismo, seria então a identificação da religião como a matriz primordial da intolerância. Todavia, essa afirmação não encontra respaldo histórico. Como observa Guillebaud (2007. p. 16), a maior parte dos fanatismos atuais ou passados não foi ou não é de essência religiosa. Se a religião não é a principal causa do dogmatismo e da violência, no século XX, os crentes foram sem dúvida o grupo social mais perseguido pelo ateísmo antireligioso que, seja stalinista, nazista ou nipônico, foi não só intolerante, mas intolerante até o extermínio em massa.
Para Guillebaud (2007. p. 19), a religião, na época, era perseguida, ou se transformava, como na Polônia, em área de resistência à barbárie. O Deus invocado pelos crentes, em todas as situações, estava mais frequentemente no campo dos oprimidos do que no dos opressores. Se levarmos em conta uma pesquisa encomendada pela Papa João Paulo II e realizada por uma comissão independente, nunca, desde a época das catacumbas, os cristãos foram tão perseguidos quanto no século 20.
A religião, portanto, deve ser analisada como um todo, como fator social complexo que pode se manifestar de várias maneiras, positivas ou não, como acontece com a política, a ciência, etc. Mais ainda, como fenômeno próprio da natureza