Eles voltam- filme
DISCIPLINA: TEORIAS E ESTETICAS CONTEMPORANEAS DO CINEMA E AUDIOVISUAL I
PROFESSOR: MARCELO IKEDA
A POLÍTICA NO CINEMA CONTEPORÂNEO
Observando o texto “Porque não faço filmes políticos”, de Ulrich, fica claro o parecer que o autor tem acerca de filmes que, inicialmente, tem uma proposta política, em que, em algum momento, se encontra no enredo uma finalidade supostamente definida. Finalidade esta que, segundo o autor parece ser um pouco desnecessária, pois “obras políticas levam à existência de um nicho e alcançam tão poucas pessoas que acabam não tendo efeito algum. Apenas o mercado de arte as mantêm vivas.” Através dessa ideia, podemos relacioná-la com o seu filme “Doença do sono”. Na obra, ele expõe o panorama sócio-político de uma remota comunidade africana, onde vivem os europeus Ebbo e Vera Velten. Ele é um médico que coordena há anos um projeto voltado para tratar pessoas que sofrem da chamada Doença do Sono , no entanto, sua vida nessa comunidade é ameaçada pois sua mulher sofre com a ausência da filha que mora na Alemanha. Alguns anos depois, o projeto de medidas da doença é avaliado por Nizla, um jovem médico africano que viveu na França, e esse encontro entre os dois resulta num interessante choque de culturas.
Paralelamente a isso, o filme “Pão e rosas”, de Ken Loach, tem um aspecto em comum em relação a esse “choque de culturas”: no enredo as irmãs Maya e Rosa são imigrantes ilegais de origem mexicana, que trabalham como faxineiras em um edifício no centro da cidade de Los Angeles. Em meio as humilhações e recebendo salários miseráveis, a mais jovem, Maya, conhece um ardoroso ativista americano, Sam, e os dois montam um sindicato e lideram um movimento guerrilheiro contra essas corporações abusivas.
Diante desses dois filmes, podemos notar que no primeiro encontro entre os dois médicos existe uma constante tensão. Os dois se sentem ameaçados de alguma forma: Ebbo, um profissional com larga