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O dia 4 de Fevereiro de 1961 marcou o início duma nova fase de luta. Neste dia, centenas de jovens e trabalhadores de Luanda, enquadrados por militantes do MPLA, atacaram as cadeias para libertar os presos políticos. A partir daí, intensificou-se a luta armada de libertação nacional, estendendo-se a várias frentes a guerra de guerrilha. Assim, progressivamente, foram sendo libertadas determinadas zonas do País, em que o MPLA organizava o povo, instalava escolas, lançadas as bases da nova sociedade.
Desenvolvimento
A madrugada de 04 de Fevereiro
De madrugada, na passagem de 3 para 4 de Fevereiro, precipitava-se tudo. Um foguete, accionado num bairro vizinho da Cadeia de São Paulo, rebentava às quatro horas da manhã, dando sinal para que mais de 2.50 pessoas, divididas em 10 grupos, e vestidas de camisolas e calções pretos e de catanas em punho, largassem os bairros a caminho das cadeias. Destes, apenas quatro grupos entravam em confrontos directos com as forças portuguesas e conseguiam atingir os alvos: a Cadeia de São Paulo e outros estabelecimentos prisionais da cidade de Luanda. Dentro da prisão, os grupos de presos que, há meses, preparavam a fuga, resolviam avançar, pegando em todos objectos que fossem cortantes. Os primeiros ataques provocavam a morte a um cabo, de apelido Silva, que fora decapitado, sendo a primeira vítima da longa madrugada luandense. Em poucas horas, morriam 40 assaltantes e sete guardas prisionais, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Governo-Geral de Angola.Na preparação dos ataques, estiveram envolvidos 3.123 homens, todos recrutados nos bairros periféricos, e comandados, no terreno, pelos angolanos Paiva Domingos da Silva e Francisco Imperial Santana.
Ainda na manhã de 4 de Fevereiro, Mendes de Carvalho era chamado ao gabinete do director. Sobre ele recaía a suspeita de ter dado o sinal para os ataques. Já escritor, assinando com o seu pseudónimo em kimbundu, Uanhenga