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Opinião Econômica
Nos últimos anos, vem ganhando força um debate dos critérios e métodos onde se compara a riqueza entre nações.
Nesse sentido, o slogan do governo federal “País rico é país sem pobreza”, mesmo involuntariamente, dialoga com essa questão. O ponto-chave é o questionamento do critério do PIB. O livro Reconsiderar a riqueza, do francês Patrick Viveret, que chegou no Brasil em 2006, editado pela Editora da UnB, aborda essa questão.
O autor fala sobre a evolução da ideia de riqueza ao longo da história humana, incluindo-se assim nos atuais debates sobre a própria crise do modelo de desenvolvimento contemporâneo. Uma das causas dessa crise é objetiva: a pretensa economia do bem-estar é, na realidade, uma economia do muito possuir, ou seja, confundiram-se conceitos ao longo do tempo, dando-se a entender que o bem-estar social seria decorrente de produzir mais e possuir mais. Para Viveret, aquilo que não tem preço não tem realmente valor. A ideia-chave reside na inadequação do PIB como indicador de riqueza nacional. Não existe ligação automática entre o crescimento econômico e o desenvolvimento humano. Do ponto de vista do PIB a catástrofe com o petroleiro Érika, que afundou na costa francesa em dezembro de 1999, foi perfeitamente produtiva, porquanto os fluxos monetários de reparação, indenização e despoluição geraram valores agregados na contabilidade privada das empresas e nos gastos públicos, que foram positivamente somados, elevando o PIB. Quaisquer outros fatos negativos, como acidentes de transito, assassinatos com indenização de seguro e etc., são fatores que elevam o PIB. Ainda no paradoxo, voluntários que se