Ele Rodoviário
É sabido que qualquer corrente é tão forte quanto o mais fraco dos seus elos. Pois no caso da cadeia logística brasileira o transporte rodoviário de cargas é, sem dúvida, um dos pontos de maior vulnerabilidade. Responsável pelo deslocamento de 60,5% das toneladas/quilômetro movimentadas pelo País, o setor enfrenta problemas que vão desde a sua grande fragmentação, passando pela utilização de uma frota obsoleta e pelo péssimo estado de uma parte importante da malha rodoviária, até os pedágios excessivos e a escalada sem fim dos roubos de carga.
Esta grande fragmentação observa-se também na distribuição da frota. De acordo com o extinto GEIPOT, circulam no País cerca de 1,8 milhão de caminhões. Estima-se que deste total, 50% pertençam a carreteiros, 30% às empresas de transporte e 20% às empresas de carga própria. Estima-se também que dois terços da frota operam nas cidades e um terço em percursos rodoviários.
Apesar da sua grande capacidade de transporte, a frota de veículos de carga é obsoleta. Cerca de 72% dos veículos têm mais de dez anos de uso. A idade média da frota situa-se em torno de 18 anos. Esta flagrante desatualização tecnológica provoca, entre outros graves inconvenientes, insegurança nas operações, elevado custo de manutenção, poluição e consumo excessivos. Tal circunstância, aliadas às longas jornadas dos motoristas e autônomos e à prática de sobrecarregar os veículos para tentar compensar os fretes raquíticos, tem como consequência um dos maiores índices de acidentes de trânsito do mundo.
Segundo pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 78% das rodovias estão em estado péssimo, ruim ou deficiente, o que onera os custos com pneus e manutenção.