Eisegese
A exegese é a mãe da ortodoxia doutrinária. Já a eisegese é a matriz de todas as heresias. Ela gera o misticismo, e este acaba por dar a luz aos erros e aleijões doutrinários. Levemos em conta, também, que a eisegese é própria da especulação que, por sua vez, é a principal característica da filosofia. Ora, se o nosso compromisso é com a Teologia, subentende-se que a matéria-prima de nossa lide é a revelação. Logo, a exegese é a nossa fermenta. A Palavra de Deus não precisa de nossa interpretação, porquanto se interpreta a si mesma. Ela reivindica tão-somente a nossa obediência.
A exegese é o estudo rigoroso de um texto, a partir de regras e conceitos metodológicos, pelos quais se busca alcançar o melhor sentido daquilo que está escrito. Quando aplicado ao estudo da Bíblia especificamente, denominamos de “Exegese Bíblica”.
A Bíblia é um livro difícil. Difícil porque é antigo, foi escrito por orientais, que têm uma mentalidade bem diferente da greco-romana, da qual nós descendemos. Diversos foram seus escritores, que viveram entre os anos 1200 a.C a 100 d.C .Isso, sem contar que foi escrita em línguas que hoje, ou são inexistentes, como o Aramaico da Palestina, ou totalmente modificadas, como o hebraico e o grego koiné, fato este que adequadas. Outra razão para se considerar a Bíblia um livro difícil é que ela foi escrita por muitas pessoas, às vezes até desconhecidas e em situações concretas das mais diversas. Por isso, para bem entende-las é necessário colocar-se dentro das situações vividas pelo escritor.
Quando muito, concegue-se uma aproximação metodológica deste entendimento. Além do mais, a Bíblia é um livro inspirado e é muito importante saber entender essa inspiração, para haurir com proveito a mensagem subjacente em suas palavras. Dizer que a Bíblia é inspirada não quer dizer que o escritor sagrado (ou hagiógrafo) foi um mero instrumento nas mãos de Deus, recebendo mensagens