Eichengreen

O texto de Eichengreen destaca como se deu a transição da manutenção da taxa de câmbio fixa para a flutuante no sistema monetário internacional. O autor mostra que, embora seja intuitivo justificar tal transição a partir das mudanças no grau de mobilidade do capital, essa, por si só, não é uma explicação adequada.
Do ponto de vista do autor o aspecto crítico dessa alteração foram as alterações no cenário político da época. Ele evidencia que o crescimento da autonomia política da classe trabalhadora (que adquiriram direito ao voto) e consequente fortalecimento do sindicalismo colocavam novos interesses em discussão na agenda político econômica.
Portanto, a manutenção de uma taxa de câmbio fixa entrava em conflito com o objetivo de manter um estado de bem estar social.
Da mesma forma, Keohane e Nye destacam os efeitos das decisões políticas no sistema monetário. Para isso ilustram o panorama pós Primeira Guerra Mundial em que o governo britânico tenta retomar o padrão ouro através da restrição de crédito, da diminuição de preços, da atividade econômica e da oferta de empregos.
Assim como Eichengreen, os autores de “Power and Interdependence” revelam que o preço para tal medida, seria pago justamente pela classe trabalhadora. Além disso, os autores acrescentam a essa discussão o crescimento da autonomia dos países periféricos, que se submetem cada vez menos as decisões políticas dos grandes bancos dos países centrais (no caso, principalmente a Inglaterra) e também o crescimento econômico dos Estados Unidos fazendo frente a supremacia inglesa (fato ainda mais estimulado com o impacto da Primeira Guerra).
Dessa forma, Keohane e Nye propõem uma discussão acerca da correlação da hierarquia política com a hierarquia financeira. Os autores mostram que mesmo a Inglaterra não sendo militarmente dominante, seu poder econômico tornava possível influenciar as decisões econômicas em países periféricos. Sendo assim, fica claro que o sistema monetário internacional da época