Educação de Jovens e Adultos
É perceptível que a multidão pode ser potência, poder, força e que ao propor mudanças das inúmeras situações mencionadas por esse coletivo, a mobilização apontou para a necessidade de se estabelecer pautas de diálogos com o poder público que segundo Negri, tem a tarefa de repensar o conceito de democracia. É fato que há uma crise de representação institucional e de seus agentes latente no Brasil deste início de século e neste sentido apontamos a contribuição de Negri (2005) que afirma que novas formas de representação democráticas, devem ser experimentadas e os resultados somente serão percebidos no novo processo. Esta configuração de lutas, como a ocorrida no país no mês de junho, inaugura novas formas de mobilizações com apoio popular. As insatisfações até então represadas, explodem em um movimento nunca visto no país que impossibilita uma análise de sua conjuntura baseada em acontecimentos históricos de revoltas populares. Segundo Bakhtin (2010, p.38), “é um engano infeliz imaginar que a verdade só pode ser a verdade composta de momentos universais.” Neste sentido, não nos convém enquadrar e categorizar este evento em um sistema universal já ocorrido anteriormente, pois o mesmo foi único.
A organização horizontal sem distinção hierárquica entre dirigentes e dirigidos, foi um dos pontos marcantes destes acontecimentos, pois demonstrou outras formas de mobilizações onde as convicções pessoais e / ou coletivas foram externadas de forma livre com intuito da liberdade democrática, sem ser levado por manobras de qualquer ordem, mesmo as repressões que tentaram enfraquecer o movimento. A não institucionalização do movimento indica que estamos caminhando em uma direção de ação própria da sociedade indignada com o panorama apresentado até então. Podemos notar nas reivindicações que classificamos como crise de representatividade. Outro ponto relevante foi a não determinação de classe social e grupo etário. Cada classe representada