Educação de jovens e Adultos
Bismarck Marcelino Sobrinho Reis (UNIR)
Édina Kaule (UNIR)
Helena Machado (UNIR)
Itamar Lucena (UNIR)
Marcela Dantas Vieira (UNIR)
RESUMO: Este texto faz uma análise retrospectiva da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil a partir de 1945 até os dias atuais, procurando discutir as variáveis: social, política, econômica e cultural que motivaram e ainda motivam os governantes a não se preocuparem com esta modalidade de ensino. Cabe ressaltar que a educação de jovens e adultos no Brasil surgiu como uma alternativa à qualificação de mão-de-obra para atender as demandas do processo de industrialização, portanto sua principal função era a de formar indivíduos autômatos e sem nenhum senso crítico. A única proposta de EJA, que teve como objetivo a formação de cidadãos numa perspectiva crítica, foi desenvolvida por Paulo Freire, porém sua continuidade foi abortada pelo regime militar, que via nessa práxis educativa um poder subversivo muito grande. Após a experiência freiriana, inúmeros programas de EJA foram desenvolvidos, mas seus resultados foram pífios, pois nenhum governo assumiu o compromisso de consolidar uma política pública séria para essa modalidade educativa. Além de abordar essas questões o texto procura discutir o conceito de analfabeto e a legislação vigente sobre a EJA, demonstrando que ela, em pleno século XXI, ainda é marginalizada e discriminada pelos governantes brasileiros.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Analfabetismo, Políticas Públicas.
INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, teve-se uma concepção estreita da educação de jovens e adultos. Normalmente, entendia-se, por educação de adultos, apenas a transmissão assistemática de alguns poucos conhecimentos de leitura e escrita para os analfabetos. Essa visão estreita da educação estava ligada aos interesses políticos e econômicos das elites que entendiam que para os analfabetos bastava o domínio