Educação bancária e educação libertadora no filme "escritores da liberdade"
A turma é composta por alunos que se dividem em gangues, caracterizadas pela rejeição ao convívio com pessoas diferentes. Todos os integrantes do grupo já sofreram algum tipo de violência e/ou passaram por detenção juvenil.
A escola, por sua vez, é a primeira a apontar estes alunos como “alunos problemáticos”, pois, além da grande agitação e tumulto que provocam, muitos estão ali para cumprir alguma penalidade judicial. Devido a isso, a escola se nega a investir ou acreditar no potencial de cada um deles.
Neste contexto, o que se percebe é um grande e crescente desinteresse pelos estudos, uma vez que o ensino convencional da Wilson nada acrescentaria de positivo à realidade conturbada dos alunos. Por outro lado, devido à experiência negativa que a escola vivencia com estes garotos, a mesma acredita que não seja viável ultrapassar as barreiras do ensino tradicional para oferecer um ensino diferenciado, de melhor qualidade, pois os alunos não são merecedores de tal transformação.
Ao ser contratada, Erin imaginou que conseguiria conduzir suas aulas com uma certa facilidade, porém, não foi o quede fato ocorreu. Os alunos não estavam abertos às aulas e nada se interessaram por elas. Estavam mais preocupados com a realidade violenta que os esperava do lado de fora – e dentro da escola também – do que em estabelecer um relacionamento de ensino-aprendizagem com a nova professora.
Neste ponto, podemos perceber que a Educação Bancária, citada por Paulo Freire, é o tipo de educação que estava em vigor nesta escola. Os alunos eram meros depositários de conteúdos “que são retalhos da realidade desconectados da totalidade”. Os professores não se preocupavam em estabelecer uma conexão entre o conteúdo do ensino e a realidade de