Educação ambiental e a interdisciplinaridade: na formação docente
Marcella Pereira da Cunha Campos[1] | publicado em 20/06/2009 | | | A interdisciplinaridade, nascida na Europa, e que no Brasil já é objeto de estudo desde a década de 70, é um movimento que pode ser entendido como uma necessidade à quebra de paradigmas na educação, onde, também, se pratica a concepção cartesiana, que fragmenta o todo para, a partir daí, estudá-lo. Assim, na prática, temos no Brasil uma educação de racionalidade técnica, onde o conhecimento, organizado por disciplinas, é historicamente produzido conforme as necessidades do modelo sócio-econômico vigente (FAZENDA, 1995). Apesar de ser um termo comum no meio docente, a interdisciplinaridade, que se caracteriza pela complexidade objetivada em substituição à exclusividade de áreas e subáreas do conhecimento, ainda não é entendida no seu contexto real, sendo praticada de maneira equivocada a partir de entendimentos parciais baseados na multidisciplinaridade e na pluridisciplinaridade, como a justaposição de conteúdos (GODOY, 1999; FRANCISCHETT, 1995). A formação docente não é exceção à regra vigente na educação atual. Se observarmos a trajetória de nossa própria formação, desde o ensino básico, quando vivemos com maior intensidade a realidade educacional em questão, até a formação acadêmica, vamos constatar que o educador também tem uma formação calcada em bases disciplinares (Da Cunha, 2009). Como visto anteriormente, é do conhecimento dos educadores brasileiros a importância da interdisciplinaridade para uma nova visão na educação, porém, a implantação definitiva da prática interdisciplinar não é uma meta a ser atingida tão facilmente, haja vista que o responsável por desencadear tal ação ainda luta por libertar-se deste cenário educacional atual. (Da Cunha, 2009). Apesar do trabalho interdisciplinar e a prática curricular estarem diretamente relacionados, há uma grande necessidade de investir-se em