Educador fisico
Wilton Carlos de Santana Mestre em Pedagogia do Movimento pela UNICAMP (SP) Doutorando em Educação Física na UNICAMP (SP)
Certa vez, num curso de especialização em Santo André (SP), uma aluna afirmou que se Pelé jogasse hoje jamais faria o que Ronaldo, o fenômeno, faz (fez!). Perguntei-lhe, já que era muito nova, se assistira a lances do Pelé. Disse-me que não. Perguntei-lhe como podia, então, estabelecer a comparação. Disse-me que acreditava no que um amigo lhe falara (!). Sugeri então que assistisse o documentário “Pelé eterno” e tirasse suas próprias conclusões. Ainda assim insistiu que Pelé não faria o que Ronaldo faz em função de, hoje, ser mais difícil jogar. Perguntei-lhe o motivo. Disse-me que os jogadores atuais são mais bem preparados fisicamente, o que daria a Pelé menos espaço e liberdade. Perguntei-lhe se a boa condição física dos jogadores de hoje seria páreo para a inteligência e a malícia de Pelé; se para jogar basta correr; se sabia que Pelé, sem toda a tecnologia atual, tinha um excelente preparo físico etc. Não me lembro de suas respostas, mas o diálogo foi instigante e respeitoso. Isso me fez pensar no que é imperativo ensinar/treinar para que o jogador de esporte coletivo atue bem. O que fez de Edson, Pelé? O que fez de Ronaldo, o fenômeno? O que faz Ronaldinho Gaúcho ser o melhor do mundo? Certamente as suas histórias de vida, se reveladas, à medida que mostrassem aspectos culturais, elucidariam muito disso. Mas aqui não é foro para isso. Contentar-me-ei em ponderar sobre o que a pedagogia do esporte deve fomentar, desde cedo, para que se aprenda bem futebol, futsal, basquetebol...
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“Ao acreditar que treino bom é o que capacita o jogador para o jogo, então é a capacidade de jogo o que precisamos desenvolver em nossos jogadores. É isso o que Pelé tinha e os craques de hoje têm”.
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Vejamos duas teses.