Ed Somatica
Educação somática: limites e abrangências1
José Antonio de Oliveira Lima*
Resumo: Este artigo faz considerações sobre as interfaces que o recente campo da educação somática mantém com as áreas da educação, da saúde e da arte e sobre a dificuldade de estabelecer seus limites, tanto pela atuação daqueles que se denominam seus “educadores”, quanto pelos profissionais que a disputam como campo de trabalho. O artigo propõe, ainda, ampliação de seu conceito, em função das premissas que a sustentam.
Palavras-chave: técnica corporal; expressão corporal; consciência corporal; educação somática.
Somatic education: limits and reach
Abstract: This article is about the interfaces that the young field of somatic education keeps with the areas of education, health and art. It also considers the difficulty of setting their limits, both through the performance of the so-called “educators” in the field and professionals who are trying to work as educators. The article also proposes the extension of the somatic education concept from the assumptions that support it.
Key words: body technique; body expression; body awareness; somatic education.
Por mais facetadas que se apresentem como universos de conhecimento no mundo acadêmico e por mais resistentes que possamos ser às relações que existem entre as áreas de educação, saúde e arte, não poderíamos deixar de admitir pelo menos uma continuidade: o corpo que por elas transita.
Os relatos da “educação somática”, por sua vez, ocorrem propondo, por várias razões, uma nova continuidade entre elas, também manifesta sobre o corpo.
Recentemente, Michèle Mangione (1993) distinguiu três períodos no desenvolvimento da educação somática: da virada do século aos anos 30, quando os pioneiros desenvolviam seus métodos, geralmente a partir de uma questão de auto cura;
*
1.
Pesquisador do movimento corporal humano no Projeto Oficina do Movimento, Campinas, SP,
Brasil. lima-jose@uol.com.br
Este artigo é oriundo de um capítulo de minha tese de