Economia
(Resumo cap. 10.1)
Os preços dos bens e serviços produzidos por um sistema econômico constituem a expressão monetária de seus valores. Mas, o que determina o valor de um bem?
As respostas a esta indagação aparentemente simples causaram longas controvérsias entre diferentes escolas do pensamento econômico.
Para David Ricardo, do pensamento clássico inglês, o valor de um bem poderia ser expresso como função do trabalho necessário para obtê-lo. A exposição ricardiana do valor-trabalho, do grupo das teorias objetivas, conduziu a análise do valor para o terreno da oferta e dos custos de produção.
As teorias objetivas, inicialmente exposta por Ricardo e depois retomadas pelos socialistas do século XIX, pretendiam que o trabalho aplicado na obtenção dos bens fosse considerado o principal elemento determinante do seu valor. Numa economia primitiva, o valor assumido pelos bens obtidos nada mais seria do que a expressão do trabalho necessário para elaborá-los.
Com o advento das escolas marginalistas, na segunda metade do século XIX, a teoria ricardiana do valor-trabalho seria alvo de prolongada contestação. As análises foram deslocadas para o terreno das teorias subjetivas.
Contrariando a abordagem de Ricardo e dos socialistas, as teorias subjetivas consideram que a escassez relativa dos bens e sua utilidade, somadas às escalas das preferências individuais, é que seriam os verdadeiros determinantes do valor. O enfoque das teorias subjetivas conduziu a análise do valor para o campo da procura.
As controvérsias entre as concepções objetivas e subjetivas acabaram por conduzir a uma terceira abordagem, ensaiada por STUART MILL e posteriormente aprofundada pro ALFRED MARSHALL.
Em 1871, em Princípios da Economia Política, Stuart Mill daria uma terceira concepção do valor, reunindo os enfoques objetivos aos subjetivos ao afirmar: para que um bem qualquer tenha algum valor duas condições devem ser preenchidas:
1ª – ele deve corresponder a alguma utilidade,