Economia
É até interessante ver como em época de eleição pipocam gurus e pensadores da história brasileira. Mas frente à história econômica do nosso país, curiosamente, tenho reparado que os "pensadores" de curto alcance não enxergam mais do que o panorama compreendido entre a década de 90 e os dias de hoje. E diante desse reduzido cenário econômico, criam todos os seus argumentos “racionais”. Dividem o país em antes e depois, santos e pecadores, anjos e demônios, monstros e heróis; e a partir dessa segregação (à sua escolha e julgamento) saem por aí culpando os Siths por todos os males do Brasil e Jedis por todas as coisas boas (termos fantasiosos para pensamentos fantasiosos).
Mas, nossa história econômica está longe de ter começado em 90. Na verdade, se querem mesmo associar um marco que dê uma referência histórica da economia para as suas reflexões políticas-econômicas acerca do nosso país, então sugiro que seja 1929. Sim, a crise de 29, quando, por incentivo das circunstâncias, o Brasil resolveu abandonar seu modelo agroexportador para dar sua cara à tapa em um modelo industrial. Claro que essa transição teve a ferrenha - e natural - disputa entre prós e contras, mas no final já sabemos o que aconteceu. O Brasil ousadamente substituiu as importações e aos poucos construímos uma indústria bem consolidada.
Nossa competitividade externa então se fez relevante frente ao mundo. Em contrapartida é verdade também que esse modelo desenvolvimentista deixou de lado muitas questões sociais, dentre elas um que acredito ser a pedra filosofal de um país, a educação (pesquisem os baixíssimos índices da época). O crescimento externo ia bem, mas faltava, internamente, uma sustentabilidade social mínima (o simples reconhecimento dessa necessidade por alguns intelectuais sempre assustou os direitistas fanáticos). Tanto que alguns analistas de direita se descabelaram ao ouvir o presidente Médici dizer “A economia vai bem, mas o povo vai mal”.