Economia
Por Henry Hazlitt
Este livro analisa as falácias econômicas que, de tão prevalecentes, se tornaram uma nova ortodoxia. Não há um único governo em qualquer dos principais países do mundo que não seja influenciado por algumas dessas falácias.
Talvez a forma mais curta e certa de entender economia seja a dissecação desses erros, em particular do erro central do qual decorrem todos os demais. Essa é a hipótese deste livro e de seu título ambicioso e beligerante, cujo objetivo não é expor os erros de algum autor em particular, mas os erros econômicos que ocorrem em sua forma mais freqüente, mais difundida ou mais influente.
1. A LIÇÃO
A economia é assediada por mais falácias que qualquer outro ramo de conhecimento.
Isso não é um acidente. As dificuldades inerentes ao objeto já seriam grandes o suficiente se não fossem multiplicadas por um fator que é insignificante na física, matemática ou medicina — os interesses egoístas. Embora cada grupo tenha certos interesses econômicos idênticos aos dos demais grupos, cada um tem também interesses antagônicos aos dos demais grupos. E, se certas políticas econômicas beneficiariam no longo prazo a todos, outras políticas beneficiariam somente um grupo, às expensas dos demais. O grupo que se beneficiaria dessas políticas, tendo um interesse direto nelas, vocalizaria seu apoio de forma plausível e persistente.
Além dos argumentos relacionados ao interesse próprio, há uma tendência de se ver apenas os efeitos imediatos de uma dada política ou seus efeitos somente sobre um grupo em particular, deixando de averiguar quais serão os efeitos de longo prazo dessa política sobre aquele grupo em particular e sobre todos os demais. É a falácia de menosprezar os efeitos secundários. Nisso talvez resida toda a diferença entre a boa e a má economia. O mau economista vê apenas o que está diante de seus olhos; o bom economista olha também ao seu redor.
Talvez pareça elementar a precaução de averiguar as conseqüências de