economia
Há uma história entre Formação econômica do Brasil e os historiadores.
Escrito por um economista, foi por eles descoberto, no Brasil e exterior. A primeira edição, de 1959, teve entre seus primeiros comentadores
Nelson Werneck Sodré, Fernando Novais, Francisco Iglesias.
Alguns prefácios das edições estrangeiras foram escritos por historiadores, como Ruggiero Romano e Frédéric Mauro.
É verdade que a história foi a primeira paixão intelectual de Celso, despertada aos catorze anos, quando o pai comprou uma biblioteca com enciclopédias e livros de conhecidos historiadores. Também desde cedo seu interesse foi se concentrando na história do Brasil. Na página de um diário, o jovem de dezoito anos anotou:
Quero registrar hoje, aqui, uma ideia que há tempo venho acariciando: escrever uma História da Civilização Brasileira. Seria uma obra completa sob o ponto de vista crítico‑filosófico. Não seguiria o plano até hoje seguido pelos nossos historiadores. Ao lado das influências individuais
Rosa Freire d’Aguiar Furtado
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observaria as influências das coletividades. Não me deixaria emaranhar pelos fatos.1
Dois anos depois, na Faculdade de Direito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, seu leque de leituras se ampliaria para historiadores como o medievalista belga Henri Pirenne, de importância determinante, e o português António Sérgio. E, em 1948, sua tese de doutorado
“L’économie coloniale brésilienne — xviè et xviiè siècle”, defendida na Universidade de Paris, teria o duplo enfoque da história e da economia.
Esse primeiro trabalho acadêmico, diria Celso mais tarde, levou‑o a descobrir “a importância da análise econômica para apreender a lógica da realidade social de países — caso do Brasil — que se originaram de operações comerciais”, e também respondeu, “numa fase histórica em que nosso país emergia de quinze anos de ditadura”, à necessidade de “conhecer melhor nossa formação, os ingredientes de nossa cultura”.2
Dez