economia
Um item que dificilmente poderia ser produzido pela mão invisível são os artigos de luxo, como por exemplo carros de luxo. “Geralmente, na realidade, ele não tenciona promover o interesse público nem sabe até que ponto o está promovendo. Ao preferir fomentar a atividade do país e não de outros países ele tem em vista apenas sua própria segurança; e orientando sua atividade de tal maneira que sua produção possa ser de maior valor, visa apenas a seu próprio ganho e, neste, como em muitos outros casos, é levado como que por mão invisível a promover um objetivo que não fazia parte de suas intenções. Aliás, nem sempre é pior para a sociedade que esse objetivo não faça parte das intenções do indivíduo. Ao perseguir seus próprios interesses, o indivíduo muitas vezes promove o interesse da sociedade muito mais eficazmente do que quando tenciona realmente promovê-lo. Nunca ouvi dizer que tenham realizado grandes coisas para o país aqueles que simulam exercer o comércio visando ao bem público”. (SMITH, 1996, v. I, p.438)
Resgatando idéias já concebidas por outros filósofos (Thomas Hobbes, John Locke, Montesquieu e David Hume) acerca da natureza humana e da dinâmica social, e as modificando em certa medida, é que constrói sua doutrina econômica. Na visão de Smith, o homem tem um desejo inato de melhorar sua própria condição, através do desejo de ganho. Visualiza, portanto, a propriedade como pré-condição para se pensar a possibilidade de emergência da ordem na sociedade liberal, que tem a capacidade de se auto-regular por uma “mão invisível”. Smith desenvolve a idéia de “liberdade natural”, cuja principal característica é a liberdade individual de cada um de competir com outro, com a mínima intervenção do Estado. Ao Estado seria lícito intervir na Economia apenas para garantir a livre concorrência entre os agentes econômicos e o direito à propriedade privada, quando esta fosse ameaçada