economia
Por Stefano Silveira, analista de negócios da PROCERGS e economista
Enquanto o aumento dos investimentos em tecnologia de informação e comunicação (TIC) sugere algo positivo, o déficit em transações correntes, se não necessariamente ruim, remete a uma situação que inspira cuidado. Mas, será que estas duas grandezas possuem alguma relação? Até que ponto os números apresentados por uma influenciam na outra?
Segundo a 21ª Pesquisa Anual Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) sobre o mercado de TICs, em 2009, em plena vigência da crise econômica mundial, as corporações brasileiras de médio e grande porte despenderam cerca de 6,4% do seu faturamento líquido em TICs, ante 6% do ano anterior, gerando um crescimento de mais de 6,5% na comparação anual. Mesmo levando em conta a política anticíclica implementada pela equipe econômica do governo federal, tal número torna-se relevante, dado que os principais setores beneficiados pela redução das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foram a indústria automobilística e a linha branca (máquinas de lavar, fogões e geladeiras).
De acordo com o professor titular da Fundação Getúlio Vargas, Fernando Meirelles, o recrudescimento no investimento em TICs traduz-se na maturidade do processo de informatização do País. O estudo mencionado indica que em 2014 o Brasil deverá contar com 140 milhões de computadores ativos (máquinas físicas e virtuais). Ou seja, apresentará um crescimento de 82% em relação aos 77 milhões de equipamentos que deverá contar no final deste ano. Tais números passam pela renovação do parque tecnológico nacional. O maior país da América do Sul, juntamente com os demais componentes do BRIC (Rússia, Índia e China), deverá responder por cerca de 8% a 13% dos gastos mundiais em TICs em 2010, na ordem de US$ 1 trilhão (crescimento de 4% em relação a 2009).
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