Economia

O II PND: A Fuga Para Frente

Juliana Tessari
Departamento de Economia e Relações Internacionais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis / Brasil

17 de dezembro de 2012

Resumo
Este trabalho tem como objetivo principal apresentar a visão de Antonio Barros de Castro sobre a estratégia de desenvolvimento adotada no Brasil entre

1974

e

1984,

em especial ao II

Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) no processo de desenvolvimento assim como a sua importância para o enfrentamento das diculdades impostas pelo cenário externo.

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Introdução

O objetivo principal do II PND era criar condições para a implantação de um novo padrão de industrialização no país,segundo o qual a indústria passaria a dar a dinâmica da economia, puxada pelo setor de bens de produção, o qual até o momento não havia sido alvo de signicativas políticas de desenvolvimento econômico. Relacionado a essa nova estratégia de investimentos estava a ideia de corrigir os desequilíbrios industriais, fazendo com que o parque industrial possuisse a capacidade de se autonanciar, ou segundo Tavares (1998), a indústria deixaria de depender de "decisões autônomas de investimento nas quais o Estado, em associação com o grande capital internacional, joga um papel decisivo"
As teses que tratam do II PND são bastante controversas. Enquanto Lessa e Tavares dão ênfase ao fracasso do plano, no intuito da superação dos desequilíbrios estruturais da indústria nacional, Castro e Souza interpretam a política industrial como sendo um ato de consciência em relação a gravidade da dependência externa brasileira no que tange a insumos básicos e bens de capital. Nesse sentido, o II PND signicou uma tentativa deliberada de superação do subdesenvolvimento. 2

Visão pessimista do II PND

De acordo com Carlos Lessa, o diagnóstico que deu origem ao II PND estava correto, ou seja, o
Brasil de fato possuia carência de setores de bens de capital e de insumos básicos.