Economia
ESPECIAL
O crescimento do número de desempregados no Brasil é assustador. Por isso um dos temas que mais preocupa a opinião pública e, naturalmente, os cientistas sociais, pode ser resumido na seguinte pergunta:
– Que fazer para gerar empregos no Brasil?
A partir de uma intervenção inédita do professor José de Souza Martins (FFLCH-USP) e de artigo publicado pelo jornal Valor Econômico, de autoria do professor José Eli da Veiga (FEA-USP), a editoria de estudos avançados promoveu uma pesquisa sobre o tema.
Solicitamos respostas objetivas a economistas, sociólogos e entidades dos meios empresariais e de trabalhadores. Até o momento de fecharmos a edição do presente número uma parte considerável dos convidados atendeu a nosso pedido; julgamos que o conjunto dos textos recebidos garante ao dossiê razoável margem de representatividade.
José de Souza Martins
Professor da FFLCH-USP
"SE FOSSE FÁCIL, eu me candidataria a presidente da República e contrataria o Duda Mendonça para convencer os brasileiros de que tenho aqui no bolso a solução milagrosa. E não estou brincando, porque foi isso mesmo que vimos na última campanha presidencial. Passados nove meses, tempo de um parto, cadê o emprego? A reforma agrária foi apresentada como o meio responsável por boa parcela desses novos empregos. Cadê ela? A reforma agrária que estava em andamento foi paralisada e nada de novo aconteceu.
Para gerar emprego no Brasil, em primeiro lugar, é preciso acabar com a bravata irresponsável e o discurso incompetente. É preciso até mesmo proibir que se engane as pessoas numa questão tão dramática. Registros de candidatos deveriam ser negados e mandatos deveriam ser cassados nos casos de promessa vazia e eleitoreira. O estelionato eleitoral deveria ser considerado crime de lesa pátria.
Antes de ter uma fórmula de geração de emprego é prioritário um diagnóstico correto, objetivo e desapaixonado da situação crítica que leva ao