Economia e mercado

3198 palavras 13 páginas
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Liberalismo econômico
Originariamente, a doutrina liberal correspondia, de modo exclusivo, ao fundamento do governo representativo. Funcionava, então, apenas na Inglaterra, tendo sido inaugurado com a Revolução Gloriosa de 1688. O documento que então expressava o novo regime era o Bill of Rights (1689). Sua experimentação, ainda na Inglaterra, iria suscitar a questão do aprimoramento da representação, sem retirar-lhe o caráter de prerrogativa da classe proprietária. Em fins daquele século, com a Revolução Americana, do mesmo modo que em decorrência da Revolução Francesa, surgem novas questões que, entretanto, permanecem como parte do núcleo fundamental. A abertura de uma nova frente, se assim se pode dizer, ocorreria com as dificuldades econômicas surgidas, em sua pátria de origem, na década de quarenta do século XIX.
A votação da Lei dos Cereais, ocorrida naquela década, provocou uma grave cisão no
Partido Conservador, crise essa na qual despontaria o então jovem parlamentar William
Gladstone (1809/1898) --futuro Primeiro Ministro e artífice de outra grande reforma na doutrina liberal, desta vez para aproximá-la do ideal democrático.
A Lei dos Cereais é, de fato, um ponto de inflexão na política inglesa. Os agricultores locais tinham conseguido que o governo taxasse fortemente o produto importado. Essa praxe contrariava de modo frontal os interesses da nascente indústria, que sonhava com a eliminação, por toda a parte do mundo, das barreiras opostas à sua penetração. Com o propósito de conseguir a derrogação do sistema em vigor, criou-se um amplo movimento em favor do livre comércio (livre-cambismo, como veio a ser conhecido), liderado por Richard Cobden (1804/1865), rico industrial de Manchester e que se transformou numa das personalidades importantes do Partido Liberal.
Em 1845, uma colheita desastrosa criou uma situação insuportável para as camadas mais pobres da população. Diante da gravidade do quadro, o Primeiro Ministro

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