Economia cearense
DÉCADA DE 60
Nos anos 60 expressam-se, no Ceará, tentativas de modernizar economicamente o Estado. Os coronéis davam início a uma economia urbanizada, fazendo da economia agrícola passado, contrapondo, em consonância com a ideologia desenvolvimentista, o tradicional e o moderno. No país, o nacionalismo de Juscelino Kubitschek (1956 - 1960) propunha a criação de uma indústria nacional, de um mercado interno e da internacionalização da economia (IANNI, 1965).
Para os ideólogos do desenvolvimentismo, a saída para a superação do atraso brasileiro estaria na industrialização - ao mesmo tempo em que concretizaria a nacionalidade brasileira - e na inserção do país no sistema capitalista internacional. Logo, a modernização, assumida como valor em si, como "vontade de construção nacional", conduziria ao fim do atraso.
Para fazer desenvolver-se a região nordeste, na tentativa de extinguir o Brasil "arcaico", foi adotada uma forma não espontânea de intervenção estatal, implantando-se, em 1959, uma forma planejada de desenvolvimento através da SUDENE - Superintendência para o Desenvolvimento do Nordeste.
A SUDENE tinha como função além de um mecanismo útil na aceleração da "integração" nacional, conter conflitos e desequilíbrios regionais causados pelo descompasso entre a industrialização do Sudeste e o predomínio da economia agrícola no Nordeste. Assim, o desenvolvimento do Nordeste apoiou-se em um novo organismo que, detinha entre outras funções a capacidade de criar empresas mistas, combinando capitais da União, dos Estados e até do setor privado.
Tal capacidade é inteiramente inédita no quadro político-administrativo do país; e o objetivo era precisamente o de tornar o Estado também produtor no Nordeste, dissolvendo sua antiga ambigüidade, que era a marca estrutural do populismo. Praticamente qualquer ramo das atividades econômicas poderia a SUDENE implantar essas empresas estatais, como de fato implantou, desde empresas