Economia brasileira
A crise de 1929 afetou profundamente a economia brasileira. A queda do preço café, reduzido a 1/3 de seu valor entre 1929 e 1931, provocou uma redução dramática da capacidade de importar e das receitas fiscais, além de ameaçar de falência o mais importante setor econômico do país, a já endividada cafeicultura. De outro lado, a interrupção dos fluxos financeiros internacionais inviabilizava o financiamento da dívida externa dos governos federal e dos estados e até mesmo o pagamento dos juros, o que tinha repercussões negativas sobre a taxa de câmbio.
Diante desse quadro, a resposta inicial do Governo Provisório de Vargas, a par de medidas extremas e inevitáveis, como a suspensão dos pagamentos externos (setembro de 1931) e o estabelecimento do monopólio do câmbio pelo Banco do Brasil, seguiu linhas tradicionais. Procurou-se cortar despesas, negociar pontualmente as dívidas da cafeicultura e buscar um acordo com os credores externos.
Após a demissão de José Maria Whitaker, Oswaldo Aranha assumiu o Ministério da Fazenda e Artur de Sousa Costa o Banco do Brasil. Em março de 1932, foi assinado o terceiro acordo para a consolidação da dívida externa brasileira, estabelecendo um rescalonamento dos pagamentos, mas Aranha continuou a negociar novos adiamentos. Em junho de 1932 foi criada a Caixa de Mobilização Bancária (Camob), que deveria funcionar como mecanismo de proteção contra crises do sistema financeiro. No mesmo mês, a Carteira de Redesconto do Banco do Brasil foi autorizada a trabalhar com títulos de longo prazo no financiamento da agricultura e da indústria.
Contudo, a gravidade dos problemas enfrentados e acontecimentos políticos imprevistos tornaram esse curso insustentável. A Revolução Constitucionalista de 1932 e uma grande seca no Nordeste passaram a exigir pesados gastos governamentais, ampliando um já expressivo déficit. Por fim o governo promulgou a Lei do Reajustamento Econômico (Decreto n° 23.533, de 1° de dezembro de